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    quarta-feira, maio 21, 2025

    Á beira do abismo: Europa se prepara para a 3ª Guerra Mundial e catástrofes com bunkers e kits de sobrevivência

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    Guias de sobrevivência, estocagem de alimentos e simulações de retirada em massa. A Europa está se apressando para preparar seus cidadãos para a crescente ameaça de 3ª Guerra Mundial. Várias nações europeias têm oferecido orientações sérias nos últimos meses – imaginando garagens e estações de metrô transformadas em bunkers e promovendo preparação psicológica para o pior cenário possível.

    Uma mensagem predominante ecoa pelos corredores do poder europeu: a necessidade de uma mudança na mentalidade da população para estar pronta para a 3ª Guerra Mundial. Como o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, disse a especialistas em segurança em Bruxelas em dezembro: “É hora de mudar para uma mentalidade de guerra.”

    Enquanto isso, do outro lado do mundo, as duas maiores potências econômicas globais estão em rota de colisão. A guerra comercial entre Estados Unidos e China atingiu níveis sem precedentes, com tarifas astronômicas que ameaçam desestabilizar toda a economia mundial. O cenário global nunca esteve tão tenso desde a Guerra Fria.

    Europa transforma estações de metrô em bunkers e distribui manuais de sobrevivência

    A Suécia emitiu um guia de sobrevivência intitulado “Se Vier Crise ou Guerra”. O folheto foi distribuído a milhões de residências em novembro, após ser atualizado pela primeira vez em seis anos devido ao aumento dos níveis de ameaça militar. O documento oferece conselhos detalhados sobre onde procurar abrigo durante um ataque aéreo, incluindo porões, garagens e estações de metrô subterrâneas.

    “Entre em um local fechado, feche todas as janelas e portas e, se possível, desligue a ventilação. Ouça a rádio pública sueca Sveriges Radio, canal P4 para mais informações”, instrui o folheto. Para pessoas ao ar livre sem cobertura imediata, a orientação é deitar no chão, “preferencialmente em um pequeno buraco ou vala.”

    Mais alarmante ainda, o guia sueco inclui conselhos específicos sobre ataques com armas nucleares, dizendo aos cidadãos para “se proteger como durante um ataque aéreo. Abrigos de defesa civil fornecem a melhor proteção.” E acrescenta: “Os níveis de radiação diminuirão drasticamente após alguns dias.”

    Para a Finlândia – que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia – a defesa de sua soberania contra Moscou faz parte da psique do país há muito tempo. O governo finlandês tem se preparado para a possibilidade de um conflito com a Rússia há décadas. Desde os anos 1950, a construção de abrigos antibomba sob blocos de apartamentos e edifícios comerciais é obrigatória.

    Impulsionado pela guerra da Rússia na Ucrânia, o governo finlandês fez um levantamento de seus abrigos de emergência disponíveis, descobrindo que tinha um total de 50.500 – que poderiam abrigar 4,8 milhões de pessoas em um país de 5,6 milhões. Uma preparação que parecia exagerada há alguns anos, hoje parece assustadoramente presciente.

    A Alemanha, por sua vez, divulgou um documento de 68 páginas detalhando o que os civis devem fazer em caso de enchentes, incêndios ou emergências nucleares, incluindo recomendações para estocar alimentos e outros suprimentos essenciais para 10 dias. O país também estuda expandir sua rede de bunkers, muitos dos quais foram desativados após o fim da Guerra Fria. O povo alemão também começou a aumentar os seus gastos militares, algo que não acontece desde a 2ª Guerra Mundial.

    Em nível continental, a Comissão Europeia orientou todos os cidadãos a estocar alimentos suficientes e outros suprimentos essenciais para sustentá-los por pelo menos 72 horas em caso de crise. Em orientação divulgada em março, a comissão enfatizou a necessidade de a Europa fomentar uma cultura de “preparação” e “resiliência.”

    A proposta foi detalhada em um vídeo gravado por Hadja Lahbibi, comissária da UE para Preparação, Gestão de Crises e Igualdade. “‘Preparado para tudo’ – esse deve ser nosso novo estilo de vida europeu”, declarou ela.

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    Guerra comercial EUA-China: o estopim para um conflito global?

    Enquanto a Europa se prepara para o pior, as tensões entre Estados Unidos e China atingiram níveis alarmantes e preocupa a todos sobre uma eventual 3ª Guerra Mundial. Em abril deste ano, o presidente americano Donald Trump anunciou tarifas “recíprocas” sobre muitos parceiros comerciais dos EUA, com a China sofrendo o maior golpe. Os EUA estabeleceram uma tarifa de 145% sobre produtos chineses, enquanto a China respondeu com uma tarifa de 125% sobre produtos americanos.

    O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alertou as nações do Sul Global que a “intimidação unilateral” está prejudicando um mundo baseado em regras. “A política de poder e a intimidação unilateral estão minando as regras internacionais e criando divisões e confrontos”, disse Wang a uma mesa redonda de diplomatas e acadêmicos.

    A China também assumiu a liderança no lobby com outros países para resistir às tarifas de Trump, com o presidente chinês, Xi Jinping, pedindo pessoalmente ao Vietnã e ao Camboja que se oponham à “intimidação unilateral”.

    O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, foi ainda mais direto: “Se os Estados Unidos realmente querem resolver o assunto por meio do diálogo e da negociação, devem parar de exercer pressão extrema, parar de ameaçar e chantagear, e conversar com a China com base na igualdade, respeito e benefício mútuo.”

    Além da guerra comercial, as tensões em torno de Taiwan continuam sendo um ponto crítico. Pequim considera a ilha autogovernada parte de seu território e prometeu tomar medidas — inclusive militares, se necessário — para proteger essa reivindicação. Fontes próximas ao governo chinês afirmam que a China não tomará ações provocativas em relação a Taiwan, mas responderá caso seja provocada.

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    Economia global à beira do colapso

    Os efeitos colaterais de uma guerra comercial total entre China e EUA serão sentidos globalmente, segundo analistas. Os EUA e a China juntos representam uma enorme parcela da economia global, cerca de 43% neste ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

    “Após o anúncio das tarifas, o mercado passou a adotar uma visão mais pessimista em relação à atividade econômica norte-americana e global, incorporando a expectativa de uma desaceleração mais acentuada”, avalia o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.

    Bruno Imaizumi, economista da LCA 4intelligence, alerta para consequências ainda mais graves: “Podemos observar desacelerações no crescimento econômico e aumento da inflação, já que, possivelmente, cadeias de suprimentos serão afetadas e trarão mais custos para empresas e consumidores. Podemos ver uma guerra comercial mais prolongada, a qual poderia levar a impactos econômicos mais negativos, como uma recessão econômica global.”

    A China, como a maior nação manufatureira do mundo, já tem um superávit comercial de quase US$ 1 trilhão. Se seus produtos não puderem entrar nos EUA, as empresas chinesas podem tentar praticar “dumping” (venda de produtos abaixo do custo) em outros mercados, prejudicando produtores locais em diversos países, incluindo o Brasil.

    Guerra na Ucrânia: o estopim que acendeu o pavio

    Líderes europeus temem que o presidente russo, Vladimir Putin, encorajado pelos ganhos na Ucrânia, possa tentar avançar mais no continente, sendo este um dos gatilhos para uma 3ª Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, aliado poderoso e de longa data da Europa, adota uma postura mais hostil à manutenção da segurança europeia, levantando dúvidas sobre até que ponto estaria disposto a intervir caso um país da OTAN fosse invadido.

    Claudia Major, vice-presidente sênior de segurança transatlântica do German Marshall Fund, aponta para a necessidade de estar preparado não apenas para uma ameaça militar direta da Rússia, mas também para o que ela chamou de “zona cinzenta” entre guerra e paz – abrangendo níveis mais baixos de agressão e guerra híbrida.

    “A ameaça existencial, o medo de ser invadido, de desaparecer do mapa, é muito real nos estados bálticos. Eles se perguntam por que outros países não entendem isso”, disse ela.

    Major aponta para a Finlândia – que perdeu território para a Rússia durante a Guerra de Inverno em 1939-40 – e as nações bálticas, que foram anexadas pela União Soviética entre 1940 e 1991, como nações onde a ameaça da Rússia está mais incorporada no que ela chamou de “DNA” dos países.

    “Os finlandeses, durante todo o período da Guerra Fria, levaram a defesa a sério”, acrescentou Major. “Por que estamos todos indo à Finlândia agora e observando seu sistema de bunkers, seus estoques de medicamentos e seu sistema de reservistas? Eles aprenderam com a história; ninguém vai nos ajudar. Temos que fazer isso por conta própria.”

    mapa da europa com bandeiras da russia e da ucrania

    Estamos à beira de uma 3ª guerra mundial?

    Especialistas em segurança internacional alertam que o mundo está entrando em um território perigosamente desconhecido, podendo levar para um grande conflito, uma 3ª Guerra Mundial. A combinação de tensões comerciais entre EUA e China, a guerra na Ucrânia, e a crescente militarização da Europa cria um cenário alarmante que lembra os anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial.

    As ameaças híbridas, como ciberataques a infraestruturas críticas, também estão se tornando “mais reconhecidas e mais concretas”, segundo Emma Hakala, pesquisadora do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais. Um ataque bem-sucedido a sistemas de energia, saúde ou comunicações poderia desencadear uma escalada de tensões que rapidamente sairia do controle.

    A nova estratégia de preparação civil da Europa surge em meio a esta escalada de tensões que podem levar para a 3ª Guerra Mundial e depois que uma pesquisa encomendada pela UE em 2024 apontou lacunas nos planos nacionais de resposta a desastres. Bruxelas agora quer harmonizar os protocolos e estimular mais ações dos países-membros, incluindo exercícios de treinamento em todo o continente para aumentar a cooperação civil e militar.

    “É preciso saber como agir – como reagir – se faltar energia, se houver um terremoto, se houver uma grande inundação ou se houver qualquer tipo de ameaça. Como você se protege? De quais recursos você precisa? Como você mesmo assume a responsabilidade?”, disse a vice-presidente da UE para Pessoas, Habilidades e Preparação, Roxana Minzatu.

    Enquanto autoridades tentam tranquilizar a população, dizendo que o objetivo não é criar pânico, a mensagem subliminar é clara: a Europa está se preparando para o pior cenário possível – uma 3ª Guerra Mundial que poderia eclipsar em destruição tudo o que já vimos antes.

    A pergunta que fica não é mais “se” uma 3ª Guerra Mundial pode acontecer, mas “quando” – e quão preparados estaremos quando o inevitável finalmente ocorrer.

    Referências:

    • CNN Brasil: “Europa se prepara para guerra com guias e simulações de sobrevivência
    • BBC News Brasil: “Guerra de tarifas EUA x China: o que disputa comercial entre gigantes significa para o mundo
    • CNN Brasil: “China promove agenda contra ‘intimidação’ em meio a tensões com EUA
    • O Globo: “China pede que EUA parem de ‘chantagear’ e diz que está aberta ao diálogo desde que o país mostre ‘respeito’
    • CNN Brasil: “Entenda a guerra comercial que afeta a economia mundial
    • Deutsche Welle: “UE recomenda ‘kit de sobrevivência’ contra crises”.

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    Alexandre R. Ducoff
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    Jornalista, Fotógrafo, Cinegrafista, Editor, Ativista e Fundador do Conexão do Povo! Eu, Alexandre R. Ducoff, tenho como base a defesa do interesse da população, facilitando os seus pedidos ao poder executivo e legislativo. O diálogo é tudo!

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