Os Estados Unidos lançaram um ataque militar contra o Irã na noite de sábado, 21 de junho de 2025 (horário de Brasília), marcando uma escalada significativa no já tenso conflito entre Israel e Irã. O presidente Donald Trump confirmou que as forças americanas bombardearam três instalações nucleares iranianas – Fordow, Natanz e Isfahan – com o objetivo declarado de desmantelar o programa nuclear do país e conter o que ele descreveu como uma ameaça terrorista.
O ataque, que ocorreu na madrugada de domingo no horário iraniano, utilizou bombardeios estratégicos B-2 e dezenas de mísseis de cruzeiro Tomahawk disparados de submarinos. Segundo o Pentágono, a operação foi realizada sem baixas americanas e as defesas aéreas iranianas não detectaram a ofensiva. Em Fordow, uma instalação nuclear subterrânea considerada impenetrável por Israel, foram usadas 14 bombas GBU-57, conhecidas como “destruidoras de bunkers”, pesando mais de 13 toneladas cada. Esta foi a primeira vez que essa superbomba foi utilizada em combate, lançada por bombardeios B-2 com capacidade stealth.
Donald Trump classificou os ataques como “cirúrgicos” e um “sucesso militar espetacular”, afirmando que as instalações nucleares foram “totalmente e completamente obliteradas”. Imagens de satélite divulgadas pelos americanos mostram seis enormes crateras na área montanhosa do complexo de Fordow, indicando danos severos. No entanto, o Irã, por meio de sua mídia estatal, minimizou os danos, alegando que as instalações foram apenas superficialmente atingidas e que não houve perigo para os moradores próximos. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, por sua vez, não detectou aumento nos níveis de radiação nas imediações das principais instalações nucleares após o ataque.
Reações e Consequências Imediatas
A resposta iraniana não demorou. Horas após o anúncio do ataque americano, mísseis iranianos atingiram áreas no norte e centro de Israel, deixando pelo menos 23 feridos. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, alertou que os ataques dos EUA “terão consequências duradouras” e que Teerã “se reserva todas as opções” para retaliar. Em Israel, o espaço aéreo foi fechado “devido aos últimos acontecimentos”, conforme anunciado pela autoridade aeroportuária israelense.
A comunidade internacional reagiu com uma mistura de apoio, preocupação e condenação. Analistas apontam que a entrada direta dos Estados Unidos no conflito representa uma escalada significativa, com potencial para intensificar as tensões regionais e gerar impactos globais, especialmente no preço do petróleo, devido à ameaça iraniana de bloquear o Estreito de Ormuz.
O Programa Nuclear Iraniano e o Contexto Geopolítico
O programa nuclear iraniano, iniciado na década de 1950 com apoio dos Estados Unidos, tornou-se uma preocupação internacional a partir de 2002, quando foram descobertos centros de enriquecimento de urânio não declarados. A instalação de Fordow, construída sob uma montanha, era vista como uma peça-chave do programa, com a AIEA tendo encontrado em 2023 partículas de urânio enriquecido a 83,7% de pureza, próximo ao nível necessário para armas nucleares.
A rivalidade entre Israel e Irã, que antes eram aliados estratégicos, intensificou-se após a Revolução Iraniana de 1979, transformando-se em uma disputa por influência regional. Israel vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial, enquanto o Irã acusa os Estados Unidos de tentarem implodir as negociações sobre seu programa nuclear. A decisão de Trump de atacar o Irã, apesar das críticas internas e externas, demonstra a determinação dos Estados Unidos em impedir que o Irã desenvolva armas nucleares, mas também acende um alerta para a possibilidade de um conflito ainda maior no Oriente Médio.