A música é, ou pelo menos deveria ser, uma das coisas mais inspiradoras que a gente tem. Ela tem o poder de tocar a alma, de contar histórias e de fazer a gente pensar. Mas, sejamos sinceros, o que anda tocando por aí no Brasil muitas vezes passa longe disso. Estamos sendo bombardeados por um monte de canções que são, na verdade, um show de horrores: apologia ao crime e uma sexualização barata e ofensiva da mulher. É hora de falar a verdade: esse tipo de som, que só serve para degradar e incentivar a violência, não é cultura. É só um produto ruim, embrulhado em batidas repetidas.
O lixo sonoro: quando a música vira problema
O que a gente vê em certas músicas, que estouram nas paradas e nos bailes, é um retrato da falta de noção. As letras, muitas vezes, não têm nada de arte e muito de caso de polícia. Elas fazem apologia descarada a crimes e a criminosos, o que, para quem não sabe, é proibido pelo nosso Código Penal. Não é sobre “retratar a realidade” ou “fazer crítica social”. É sobre glamourizar o bandido, o tráfico e a vida fora da lei, de um jeito totalmente irresponsável.
E o pior de tudo é como a mulher é tratada. Ela é jogada para escanteio, virando apenas um pedaço de carne, um objeto para satisfazer o desejo. As letras são um poço de desrespeito, que não só banalizam o sexo, mas, em vários momentos, sugerem ou até incentivam a violência contra as mulheres. Dizer que isso é “só brincadeira” ou “liberdade de expressão” é a desculpa mais esfarrapada que existe. A liberdade de um acaba onde começa o direito e a dignidade do outro. E a dignidade da mulher está sendo pisoteada.
Para quem faz e para quem ouve
A crítica aqui tem que ser dura e sem dó para todo mundo que faz parte desse lixo:
Para os “Artistas”: os vendedores
Quem cria e espalha essas músicas não é vítima de nada; é cúmplice da bagunça. Eles se escondem atrás da palavra “arte” para encher o bolso com a falta de respeito e a ignorância alheia.
Sem talento: A falta de criatividade é coberta com a baixaria e o escândalo fácil. Apologia ao crime e misoginia são o último recurso de quem não tem o que dizer de bom.
Hipócritas: Muitos desses “artistas” vivem em uma bolha de luxo, longe da realidade que fingem cantar, mas continuam a fazer propaganda de um estilo de vida que só traz desgraça para as comunidades.
Para os consumidores: a turma do “tanto faz”
A galera que consome esse material sem pestanejar também tem que ouvir umas verdades. Curtir um som que humilha a mulher e celebra o crime mostra uma falta de senso.
Vocês estão ajudando: toda vez que você dá o play, compartilha ou dança, você está dando dinheiro e força para o machismo e a apologia ao crime. Ficar quieto e aceitar é ser parceiro da violência.
Vocês são parte do problema: se esse tipo de música faz sucesso, é porque tem gente querendo ouvir. A mudança começa quando a gente se recusa a aceitar que o que é nojento seja chamado de entretenimento.
Precisamos de Regulamentação Já! Com esse cenário de bagunça, falar em regulamentação da música no Brasil não é frescura, é uma necessidade urgente para a nossa sociedade.
Não estamos falando de censura, mas de responsabilidade. A regulamentação precisa criar regras para:
1. Cortar a grana pública (leis de incentivo, shows de prefeituras) para quem faz apologia ao crime, ao ódio e à violência contra a mulher.
2. Exigir um mínimo de ética para o que é tocado em rádios e TVs que usam concessão pública.
Música que humilha, agride e faz apologia ao crime não é arte. É caso de polícia e precisa de regulamentação para ontem.




