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    terça-feira, outubro 14, 2025

    Projeto em Niterói une acrobacia e arte para ressignificar traumas e dores

    Data:

    O projeto Pendurados Acrobacias Circenses, criado pela paulista Juliana Berti, vem impactando a vida de dezenas de pessoas ao longo dos últimos cinco anos em Niterói e, nos fins de semana de 18 e 19 de outubro e 1 e 2 de novembro, apresentará o espetáculo “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”, na Praia de Icaraí, Horto do Barreto, Charitas e Itaipu. O projeto, que tem apoio da Secretaria Municipal de Esportes de Niterói, além da força física, vem imprimindo uma nova forma de ver e enfrentar a vida daqueles que experimentam os exercícios praticados nas alturas em liras, trapézios e tecidos.

    O “Pendurados” já é conhecido por quem costuma passar pela orla da Praia de Icaraí, na Zona Sul da cidade, mas quem experimenta de perto o trabalho de Juliana Berti, desde menina apaixonada pelo circo, testemunha o quanto o projeto transforma a vida, especialmente de mulheres que, “penduradas” nas alturas por liras, trapézios e tecidos, ganham força muscular, mas, muito mais que isso, se veem impactadas por uma nova forma de enxergar a si mesmas.

    “Parece que existe uma Thayla pré-tecido e uma pós. Conforme fui avançando nesse esporte, me tornei uma pessoa mais corajosa, não só no tecido como na minha vida de uma forma geral. Gosto mais de me desafiar em coisas novas, percebi que me tornei uma pessoa mais comunicativa e receptiva ao contato com pessoas desconhecidas. Apesar de o tecido ser um esporte “individual”, todos se apoiam, se incentivam, ensinam e ajudam nas dificuldades”, afirma a psicóloga Thayla Muniz, de 31 anos.

    Juliana Berti, a idealizadora do Pendurados Acrobacias Circenses, cresceu apaixonada pelos circos aos quais foi apresentada pelo pai, até que acabou se tornando professora da Escola Nacional de Circo e, nessa condição, chegou a Niterói.

    “Vim para Niterói com o propósito de trazer para a cidade uma escola de circo de excelência e segura. Criei o Projeto Pendurados em 2020, em plena pandemia de Covid. E hoje, cinco anos depois, tenho muito orgulho do que iniciei e no que nos transformamos, pois aprendi com o circo que, sozinho, você não levanta uma lona. O Pendurados hoje é referência, reúne um grupo de pessoas – na maioria mulheres, os homens ainda são cerca de 2% dos alunos – fortes, empoderadas, mais seguras de si”, afirma.

    Nas aulas, os participantes são introduzidos ao universo circense através da acrobacia aérea, nos aparelhos lira e tecido, tendo como base os princípios de educação somática e consciência corporal. Há o incentivo para se explorar os corpos de maneira consciente e criativa, sendo que a acrobacia aérea exige concentração, confiança e trabalho em equipe, promovendo habilidades socioemocionais importantes para o desenvolvimento, em especial, dos jovens.

    estrutura 3

    Além das aulas diárias, de segunda a sexta-feira, na Praia de Icaraí, das 6h30 às 9h e das 18h às 20h, o projeto Pendurados Acrobacias Circenses montou, em 2023, seu primeiro espetáculo: Marcas do Passado, abordando a violência doméstica. O sucesso foi tanto que, em 2025, resolveram montar um novo espetáculo.

    O “Sozinhas Somos Pétalas, Juntas Somos Rosas”, montado por meio de edital da Secretaria das Culturas de Niterói, reunirá alunas regulares do Pendurados, bolsistas que chegaram por meio do edital e os artistas Raphael Pompeu, Daniel Leubach, Mila Werneck, Maria Julia Teixeira de Macedo e Julia Kassuga. A dramaturgia e direção geral estão a cargo de Juliana Berti e Raphael Pompeu.

    Os movimentos no palco, sem dúvida, serão influenciados pelas aulas, que usam a lira e tecidos como aparelhos, baseadas em princípios da educação somática e consciência corporal, e incentivam os participantes a explorar seus corpos de maneira consciente e criativa. A prática da acrobacia aérea exige concentração, confiança e trabalho em equipe, promovendo habilidades sócio emocionais importantes.

    “Arte para superar e ressignificar traumas e dores. Essa é a premissa do projeto inédito Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas, que tem como objetivo acolher meninas e mulheres e ressignificar traumas, dores e más experiências, por meio das artes, da educação e do esporte. Para isso, o trabalho com esse tema sensível é feito de forma lúdica, utilizando técnicas de circo e teatro em um espaço de acrobacia totalmente seguro, com profissionais capacitados e treinados. O corpo fala, grita com a lira, os tecidos e o trapézio. As mulheres conseguem usá-los como válvulas de escape, uma experiência transformadora. Isso ressignifica traumas, desperta a autoconfiança e impacta naquilo que elas conseguem fazer”, explica Juliana Berti.

    O “Sozinhas somos Pétalas, Juntas somos Rosas” aborda, através do circo, do teatro e dos movimentos corporais, o enfrentamento às várias formas de violência, utilizando contrapontos que equilibram a maneira como este assunto tão delicado pode ser tratado. A narrativa se desenvolve através da música, da dança e de elementos do teatro físico, com coreografias e números circenses, num espetáculo, ao mesmo tempo, lúdico e reflexivo. A criação é orientada pelos princípios do teatro do oprimido, onde a arte é utilizada como uma forma de expressão e conscientização social.

    Serviço

    “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”

    Duração: 40 minutos

    Indicação de faixa etária: 16 anos

    18/10 – Praia de Icaraí, em frente à Rua General Pereira da Silva – 9h

    19/10 – Horto do Barreto, Rua Dr. Luiz Palmier, s/nº – 11h

    1/11 – Campo de Futebol de Charitas, Av. Prefeito Silvio Picanço – 9h

    2/11 – Praça da Vila dos Pescadores, Praia de Itaipu, s/nº – 16h

    pendurada estrutura 5

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    Alexandre R. Ducoff
    Alexandre R. Ducoffhttps://conexaodopovo.com/
    Jornalista, Fotógrafo, Cinegrafista, Editor, Ativista e Fundador do Conexão do Povo! Eu, Alexandre R. Ducoff, tenho como base a defesa do interesse da população, facilitando os seus pedidos ao poder executivo e legislativo. O diálogo é tudo!

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