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    quarta-feira, outubro 22, 2025

    Nem forte demais, nem fraco demais: ser humano é o ponto de equilíbrio

    Data:

    Por Priscilla Cruz — Colunista do Conexão do Povo

    Nos últimos anos, aprendemos a aplaudir a força — mas esquecemos de valorizar o sentir.
    Vivemos em uma cultura que idolatra a superação, o controle, a resiliência constante.
    Ser forte virou sinônimo de sucesso.
    E, silenciosamente, fomos nos afastando daquilo que é mais essencial: a permissão de ser humano.

    Desde cedo ouvimos frases como “engole o choro”, “levanta e continua”, “não demonstra fraqueza”.
    E sem perceber, crescemos acreditando que emoção é sinônimo de desordem, que vulnerabilidade é um risco e que sentir é perder o controle.
    Mas é justamente o contrário: o descontrole nasce quando reprimimos o que precisa ser sentido.

    Eu também já vesti a armadura da força.
    Aquela que tenta segurar o mundo nos ombros, disfarçando o cansaço com um sorriso ensaiado.
    Por muito tempo, acreditei que equilíbrio emocional era não me abalar.
    Mas descobri, no silêncio das pausas e no espelho das dores, que o verdadeiro equilíbrio nasce quando a gente se autoriza a ser real.

    Ser forte não é não sentir. É não se perder de si quando sente.

    A romantização da força emocional nos tornou resistentes, mas não resilientes.
    A resistência endurece — a resiliência, ensina.
    A primeira cria muros, a segunda constrói pontes.
    E foi aprendendo a desarmar os meus muros que entendi que há beleza até nas rachaduras.

    Somos seres emocionais tentando sobreviver em um mundo que exige produtividade, coerência e constância o tempo todo.
    Mas o humano é cíclico.
    Há dias em que somos potência, e dias em que somos pausa.
    Dias em que damos o nosso melhor, e outros em que apenas existir já é o suficiente.

    Ser humano é viver nesse movimento entre força e entrega.
    Entre o “consigo” e o “preciso respirar”.
    Entre o “sei o que quero” e o “hoje só quero sentir”.

    A maturidade emocional não está em controlar as emoções, mas em fazer as pazes com elas.
    Em entender que raiva, medo, tristeza e alegria não são inimigas — são bússolas.
    Cada uma aponta para algo que precisa ser olhado, entendido e curado.

    Quando eu decidi olhar pra dentro, percebi que a força que eu buscava estava ali, na minha vulnerabilidade.
    Foi o autoconhecimento que me ensinou que equilíbrio não é estabilidade — é presença.
    Estar inteira, mesmo nas partes quebradas.
    Estar consciente, mesmo quando não há respostas.

    E talvez esse seja o grande aprendizado de quem decide se conhecer:
    descobrir que não existe linha de chegada emocional, apenas o caminhar entre extremos — e o aceitar-se no meio do caminho.

    Nem forte demais, nem fraco demais. Apenas humana.
    E é desse lugar que eu sigo: comunicando, sentindo, ensinando — e me permitindo ser.

    A verdadeira força está em permitir-se sentir, sem perder-se de si.
    E o verdadeiro equilíbrio está em acolher cada parte sua — até as que o mundo ainda não aprendeu a aplaudir.

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    Colunista: Priscilla Cruz

    Priscilla Cruz
    Mentora, Psicanalista e Palestrante
    @priscillacruzoficial

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    Alexandre R. Ducoff
    Alexandre R. Ducoffhttps://conexaodopovo.com/
    Jornalista, Fotógrafo, Cinegrafista, Editor, Ativista e Fundador do Conexão do Povo! Eu, Alexandre R. Ducoff, tenho como base a defesa do interesse da população, facilitando os seus pedidos ao poder executivo e legislativo. O diálogo é tudo!

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