A sétima arte, conhecida como cinema, tem um importante impacto social, sendo uma fonte de reflexão que nos permite perceber padrões comportamentais no dia a dia. É sabido que o cinema tem papel importante para a transformação da sociedade, pois através dele é possível chamar a atenção para diversas questões e realidades, além de possibilitar a transmissão de valores essenciais para a garantia e promoção de direitos humanos, como no filme “Laranja Mecânica” diz: “É curioso como as cores do mundo real parecem muito mais reais quando vistas no cinema”.
O cinema nos faz sorrir e chorar! É uma junção de diversas artes, e entre elas, temos a fotografia.
O diretor de fotografia é o técnico de cinema responsável pela forma como o roteiro cinematográfico é transposto para a película ou vídeo. A produção é feita segundo as suas orientações técnicas. Consoante aquilo que é pretendido pelo realizador, o diretor de fotografia tenta manter um padrão técnico e artístico da imagem, sendo assim nossa atenção se volta para o Diretor de Fotografia e o câmera. Hoje falaremos sobre um dos maiores diretores de fotografia do Brasil, Lula Araujo.
A história do diretor inicia em 1965. Vocês podem pensar que ele começou no cinema, mas, na verdade, seu primeiro trabalho com produção audiovisual foi como caboman (assistente) na TV RIO, seguindo a trilha do Harrison Vieira e Dib Lutfi.
Em seguida, foi contratado para trabalhar na Globo como operador de câmera, participando de projetos jornalísticos, novelescos, seriados e programas do Chacrinha e Xuxa.
Vale destacar que, além do cinema, TV e jornalismo, o profissional atua com musicais, seriados, comerciais e institucionais.
O INÍCIO COM A STEADICAM
Antes de contarmos o começo da trajetória de Lula Araujo com o steadicam, devemos destacar, de forma resumida, como ela funciona.
O steadicam, também chamada de estabilizador de câmera em português, é um equipamento criado por Garrett Brown em 1974. Consiste em um sistema em que a câmera é acoplada ao corpo do operador. O equipamento tornou-se a linguagem moderna do cinema mundial e também nas TVs.
A história de Lula Araujo com o steadicam começou nos anos 80, após a Globo adquirir o produto, esse acontecimento mudou totalmente a vida de Lula, pois anos mais tarde estaria recebendo o reconhecimento como um dos mais importantes operadores deste equipamento.
Lula ressaltou a chegada do primeiro steadicam no Brasil:
“Nos anos 80, graças a Peter Gasper, que convenceu o Boni a adquirir um steadicam para a Globo, sendo este o primeiro equipamento que veio para o Brasil, foi a partir daí que comecei a operar o steadicam.”
DA TV PARA O CINEMA
A abertura para começar no cinema veio por meio do Edgar Moura, Diretor de Fotografia. Edgar convidou Lula Araujo para trabalhar no filme “O Cangaceiro Trapalhão” de 1982, sendo o primeiro de muitas obras.
A sétima arte sempre está no coração do profissional! Em entrevista com a nossa equipe, Lula citou alguns filmes que o influenciaram, como “Casablanca”, “Terra em Transe”, “Ladrões de Bicicleta” e “Chaplin”.
Para o cineasta o “Cinema é a maior diversão! Atrás e na frente das câmeras”.
Podemos mencionar alguns longas e curtas-metragens em que o Diretor de Fotografia e câmera atuou: “Meu nome não é Johnny”, “Se eu fosse você 2”, “O Menino Maluquinho”, “Amores”, “Vozes da Floresta”, “Os Trapalhões e o Rei do Futebol”, “Ruínas” e “O Comendador”.
A DIFERENÇA ENTRE TV E CINEMA
Lula Araujo salientou muito bem para nossa equipe no que tange os setores entre TV e cinema:
“Essa diferença hoje podemos dizer que se iguala, devido à pós-produção, onde se aplica o acabamento fino do produto. O mundo digital revolucionou a cinematografia.”
MAIOR DESAFIO
A série “Xingu, a terra mágica!”, de Washington Novaes, foi o grande desafio na carreira do cineasta. Este trabalho foi premiado internacionalmente, em Seul (Coreia do Sul), no ano de 1985, como o melhor documentário científico do mundo.
“Foi uma viagem no túnel do tempo, com vários ensinamentos sobre vida, respeito aos mais velhos e antepassados, como criar filhos, dando-lhes mais liberdade, enfim um renascimento espiritual”.
Lula Araujo – Diretor de Fotografia
CURSO E APRENDIZADO
Para quem quer começar na indústria cinematográfica, principalmente na área de filmagem e fotografia, precisa aprender a enquadrar e educar os olhos para ver a importância de cada cena, ou seja, é fundamental que os interessados ingressem para um curso de fotografia e filmagem. Em novembro, Lula Araujo estará ministrando as aulas do curso Operação Profissional de Câmera. As lições vão acontecer na ABC, localizada em Laranjeiras (Rio de Janeiro).
Para saber mais basta CLICAR AQUI.
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Longas
Vozes da Floresta, dir. Betse dir. Paula, 2019;
Desarquivando Alice Gonzaga, dir. Betse de Paula, 2017;
Eu, meu Pai e os Cariocas, dir. Lúcia Veríssimo, 2017;
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, dir. Beto Brant, 2010;
Tamboro, dir. Sérgio Bernardes – 2006;
O bicho dá, o bicho toma, dir. Beatriz Thielman – 2004;
Amazon Forever, dir. Jean Pierre Dutileux – 2002;
Jorge, um Brasileiro, dir. Paulo Tiago — 1988;
Os Trapalhões e o Rei do Futebol, dir. Carlos Manga — 1986.
Curtas
Juramento, dir. Jul Leardini, 2019;
Petite Mort, dir. Bruno Rego, 2018;
Ruínas, dir. Emílio Gallo – 2005;
Cauê Porã, dir. Sérgio Bernardes – 2003;
Nós e não nós, dir. Sérgio Bernardes – 2003;
O Comendador, dir. Armando Lacerda – 2001;
Janela Para Os Pirineus, dir. Armando Lacerda – 2001;
Via Brasil, dir. Sérgio Bernardes (abertura da EXPO 2000, em Hanover);
Histórias de Avá, dir. Bernardo Palmeiro – 2000;
A História sem fim, do Rio Paraguai…, dir. Valéria del Cueto – 1999;
Rio, Incomparável!, dir. Lula Araujo – 1999;
Watu, Um Rio Chamado Doce, dir. Edílson Martins – 1998;
Novembrada, dir. Eduardo Paredes – 1995 (segunda unidade).
Séries
Xingu – A Terra Ameaçada, de Washington Novaes (TV Cultura) – 2006;
Cartas ao Povo Brasileiro (cent. Portinari), de Sônia Garcia (TVE) – 2004
Desafio do lixo, de Washington Novaes (TV Cultura) – 2000
GNT Fashion, de Bety Lago – 1999.Terra Brasil, de Marcelo Dantas – 1997
A Turma do Pererê, de Sonia Garcia (TVE) – 1996 e 2009
Os Caminhos da Sobrevivência, de W. Novaes (Intervideo) – 1987
Kuarup, de Washington Novaes (Intervideo) – 1987
Xingu – A Terra Mágica, de Washington Novaes (Intervideo) – 1984.
DIREÇÃO
Rio, Incomparável! (Riotur) – 1999;
Making Of Pantanal (TV MAnchete) – 1990.
STEADICAM E CÂMERA
Longas
Meu Nome Não É Johnny, dir. Mauro Lima;
Verônica, dir. Maurício Farias;
Se eu fosse você 2, dir. Daniel Filho;
Amélia, dir. Ana Carolina;
Amores, dir. Domingos de Oliveira;
Bella Dona, dir. Fábio Barreto;
Didi quer ser Criança, dir. Alexandre Bouri;
O Casamento de Louise, dir. Betse de Paula;
Celeste e Estrela, dir. Betse de Paula;
Hora Marcada, dir. Marcelo Taranto;
O Menino Maluquinho, dir. Helvécio Raton;
Outras Palavras, dir. Pedro Bial;
Separações, dir. Domingos de Oliveira;
Simão, O Fantasma Trapalhão, dir. Paulo Neto Aragão;
Tempestade Cerebral, dir. Hugo Carvana;
Turistas, dir. John Stockwell;
Uma Aventura do Zico, dir. Antônio Carlos da Fontoura.
Séries
Por Toda Minha Vida, de Ricardo Waddington – TV Globo – 2008/2009:
Mamonas Assassinas;
Dolores Duran;
Chacrinha;
Adoniran
Cartola
Raul Seixas
Claudinho e Bochecha
Cazuza
Mata–Atlântica, dir. João Sales – 1998 (GNT);
Confissões de Adolescente, 1985 (TV Cultura), dir. Daniel Filho;
A Vida Como Ela É, 1996 (TV Globo) , dir. Daniel Filho;
Plantão de Polícia, dir. Daniel Filho (Rede Globo);
Malu Mulher, dir. Daniel Filho (Rede Globo);
O Bem Amado, dir. Regis Cardoso (Rede Globo);
Carga Pesada, dir. Milton Gonçalves (Rede Globo);
Quem Ama Não Mata, dir. Daniel Filho (Rede Globo);
Amizade Colorida, dir. Denis Carvalho (Rede Globo);
Parabéns pra você, de Daniel Filho (Rede Globo) – 1980/82.
PRÊMIOS
Lampião e Maria Bonita – 1983, dir. Paulo Afonso Grisolli;
Melhor Série, NY Festivals;
O Cangaceiro Trapalhão – 1984, dir. Daniel Filho;
Festival Internacional de Cinema para Infância e Juventude (Portugal)
Xingu – 1995, dir. Washington Novaes;
Melhor Série Científica (Seul – Coréia do Sul)
Pantanal – 1990, dir. Jaime Monjardim;
Melhor Novela, prêmio SP;
Novembrada – 1996, dir. Eduardo Paredes;
Melhor Curta, Festival de Gramado;
Histórias de Avá – 1997, dir. Bernado Palmeiro;
Melhor Documentário, Festival de Gramado;
Terra Brasil – 1998, dir. Marcelo Dantas;
Bronze – NY Festival series;
Cauê Porá: Como é Linda a Floresta – 2004, dir. Sérgio Bernardes;
Melhor fotografia, Festival Internacional de Filmets de Badalona – Itália
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, de Beto Brant, 2010;
Melhor fotografia, Festival de Cine Iberoamericano de Huelva (Espanha), 2011;
Melhor fotografia, IX Prêmio FIESP/SESI-SP de Cinema, 2013;
Melhor fotografia, Anápolis Festival de Cinema, 2012;
Participação em Cursos e Workshops
Palestra sobre Fotografia no Centro Europeu, Curitiba;
Palestra no cinema da UFPR, Curitiba;
Workshop de Fotografia e Steadicam, Studio 13, Joinville – SC;
Oficina de Steadicam, Hollywood Film Academy, Curitiba – PR;
Oficina de Steadicam, Faculdade Estácio de Sá, Rio de Janeiro;
Oficina de Steadicam, Tempo Glauber, Rio de Janeiro;
Curso de steadicam, Academia Internacional de Cinema (AIC), Rio de Janeiro;
Oficina de steadicam, TV Globo – Projac, Rio de Janeiro.