A notícia do falecimento da cantora Preta Gil, aos 50 anos, em decorrência de complicações de um Câncer Colorretal, também conhecifdo como Cancêr no Intestino, trouxe à tona a urgência de discutir uma doença que tem apresentado um crescimento alarmante: o câncer colorretal. Conhecido também como câncer de cólon ou reto, essa enfermidade, que afeta o intestino grosso, tem se tornado uma preocupação crescente não apenas entre a população idosa, mas, de forma preocupante, também entre jovens e adultos com menos de 50 anos. A batalha de Preta Gil contra a doença, travada com otimismo e transparência desde janeiro de 2023, serve como um triste, mas necessário, alerta para a importância da conscientização, prevenção e diagnóstico precoce.
Preta Gil foi diagnosticada com adenocarcinoma, um tipo de câncer de intestino, em janeiro de 2023, aos 48 anos. A descoberta ocorreu após a cantora sentir um desconforto na região intestinal e ser internada. Desde então, Preta Gil travou uma batalha pública e inspiradora contra a doença, compartilhando abertamente cada etapa de seu tratamento com seus fãs e seguidores.
O tratamento inicial de Preta Gil incluiu quimioterapia e radioterapia. Em agosto de 2023, ela passou por uma cirurgia complexa no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a remoção do tumor. Após o procedimento, a cantora chegou a anunciar a remissão do câncer, afirmando que seu corpo estava livre de células cancerígenas. No entanto, a cura, como ela mesma ressaltou, é um processo contínuo.
Infelizmente, a doença retornou em outras regiões do corpo, levando Preta Gil a buscar um tratamento experimental nos Estados Unidos. Em dezembro de 2024, ela foi submetida a uma nova cirurgia de 21 horas para a retirada de tumores. A persistência e a resiliência de Preta Gil em sua luta contra o câncer colorretal se tornaram um símbolo de força e um chamado à atenção para a gravidade da doença.
O Crescimento Preocupante do Câncer Colorretal
O câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer mais frequente no Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Para o triênio de 2023 a 2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou 45.630 novos casos anualmente, sendo 21.970 em homens e 23.660 em mulheres. Mundialmente, em 2020, foram mais de 1,9 milhão de novos casos, tornando-o o terceiro tumor mais incidente entre todos os cânceres.
O que mais tem preocupado especialistas é o aumento significativo da incidência do câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos. Em algumas regiões, o crescimento chegou a 70% entre 2000 e 2017 para homens de 20 a 49 anos. Nos Estados Unidos, a idade mínima para exames preventivos já foi reduzida de 50 para 45 anos devido a essa tendência. No Brasil, dados preliminares também apontam para um crescimento da doença em idades mais precoces.
Fatores de Risco e Causas
Os principais fatores de risco para o câncer colorretal estão associados a hábitos de vida e condições genéticas ou hereditárias. Entre eles, destacam-se:
• Sedentarismo: A falta de atividade física regular contribui para o desenvolvimento da doença.
• Obesidade: O excesso de peso é um fator de risco importante.
• Consumo regular de álcool e tabaco: O uso dessas substâncias aumenta o risco.
• Dieta inadequada: Baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, e alto consumo de carnes vermelhas, embutidos e alimentos ultraprocessados.
• Doença inflamatória intestinal crônica: Condições como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa aumentam o risco.
• Histórico pessoal ou familiar: Pessoas com histórico de pólipos ou câncer colorretal na família têm maior predisposição.
Prevenção, Sintomas e Tratamento
A boa notícia é que o câncer colorretal é tratável e, na maioria dos casos, curável, especialmente quando detectado precocemente. A prevenção primária, por meio da adoção de hábitos de vida saudáveis, é fundamental.
Prevenção
Para reduzir o risco de desenvolver câncer colorretal, é recomendado:
• Alimentação saudável: Priorizar alimentos in natura e minimamente processados, ricos em fibras (frutas, verduras, legumes, grãos integrais). Reduzir o consumo de carnes vermelhas, carnes processadas (salsicha, linguiça, presunto, mortadela) e alimentos ultraprocessados.
• Manter o peso corporal adequado: A obesidade é um fator de risco.
• Praticar atividades físicas regularmente: Pelo menos 30 minutos por dia.
• Não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool: Essas substâncias são fatores de risco.
• Beber bastante água: Pelo menos dois litros por dia.
Sintomas
Os sintomas do câncer colorretal podem ser sutis no início e, muitas vezes, são confundidos com outras condições menos graves. Por isso, é crucial estar atento a qualquer alteração persistente no funcionamento do intestino. Os principais sinais de alerta incluem:
• Alteração no hábito intestinal: Diarreia ou prisão de ventre que persiste por mais de algumas semanas, ou alternância entre os dois.
• Sangramento nas fezes: Sangue vivo ou escuro nas fezes, ou presença de sangue no papel higiênico após a evacuação.
• Dor ou desconforto abdominal: Cólicas, inchaço ou gases persistentes.
• Sensação de evacuação incompleta: Mesmo após ir ao banheiro, a sensação de que o intestino não esvaziou completamente.
• Fezes finas e alongadas: Mudança na forma das fezes.
• Perda de peso inexplicável: Emagrecimento sem motivo aparente.
• Cansaço e fraqueza: Anemia causada pela perda de sangue crônica.
Tratamento
O tratamento do câncer colorretal depende do estágio da doença, da localização do tumor e das condições de saúde do paciente. As principais modalidades de tratamento incluem:
• Cirurgia: É o principal tratamento e, em muitos casos, o único necessário para a cura, especialmente quando o câncer é detectado precocemente. Consiste na remoção do tumor e de parte do tecido saudável ao redor.
• Quimioterapia: Utiliza medicamentos para destruir as células cancerígenas. Pode ser administrada antes da cirurgia (neoadjuvância) para reduzir o tumor, ou após a cirurgia (adjuvância) para eliminar células remanescentes e reduzir o risco de recidiva. Em casos de doença metastática, a quimioterapia é o tratamento principal.
• Radioterapia: Utiliza radiação de alta energia para destruir as células cancerígenas. É mais comum no tratamento do câncer de reto, podendo ser usada antes ou depois da cirurgia.
• Terapias-alvo e Imunoterapia: São tratamentos mais recentes que agem de forma mais específica nas células cancerígenas ou estimulam o sistema imunológico do paciente a combater o câncer. São indicadas em casos específicos, especialmente em doenças mais avançadas.
A detecção precoce é a chave para o sucesso do tratamento. Exames de rastreamento, como a colonoscopia, são essenciais para identificar pólipos (lesões benignas que podem se transformar em câncer) e tumores em estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores.
A história de Preta Gil é um lembrete doloroso, mas importante, da realidade do câncer colorretal. Sua coragem em compartilhar sua jornada abriu um diálogo essencial sobre a doença, seus desafios e a importância da conscientização. O aumento dos casos, especialmente entre os mais jovens, reforça a necessidade de campanhas de prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos eficazes. A adoção de um estilo de vida saudável e a atenção aos sinais do corpo são as melhores ferramentas para combater essa doença e aumentar as chances de cura.
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